quarta-feira, março 23, 2005

Diminutivos inter-relacionais

Hoje sorrio. Perdi todo e qualquer talento que alguma vez tive para a escrita, mesmo sabendo que nunca o tive. Há dias assim. Dias em que um quadro mais parece uma velha lembrança, colocada por cima de um móvel num canto esquecido, que nem sequer sabias que existia. E é nesse momento que reparas realmente na pintura: uma enorme onda que parece comer a costa e engolir um homem que está calmamente sentado a admirar o cenário, no seu perfil. Nesse momento reparas em algo mais transcendente a todo o quadro e tens a certeza que o pintor concentrou todo o seu esforço de produção para aquilo que estás a olhar: o sorriso do homem. Não é um sorriso muito aberto, nem sequer é muito fechado. É simplesmente um sorriso. Simplemente, não por ser simplicidade, mas por transmitir um sentimento de serenidade tremendo. Vês uma onda que parece uma garra, totalmente ameaçadora, e observas a perfeita antítese: um homem com o seu destino traçado a olhar sorridentemente para aquilo que vai ditar o seu fim. É esse o poder de um simples gesto que denominam de sorriso: transmite emoções. Serenidade, maturidade, alegria, simpatia, infantilidade, ironia, tudo é possivel. Até a decadência transmite. Até mesmo o desespero: Hoje sorrio. Perdi todo e qualquer talento que alguma vez tive para a escrita, mesmo sabendo que nunca o tive.
Existem dias tristes que o teu sorriso pode transformar em alegres noites.

"So believe it or not
I won´t tell you again,
listen up and listen good:
there´s always time for you my friend"

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Não está mal, mas...podia estar melhor. loll. espero que tenhas percebido que ás vezes o sorriso é a melhor arma em determinadas situações e que quando é sincero, verdadeiro explica muita coisa.
tinhas 1 talento para a escrita? não sabia.

23 março, 2005 22:02  

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