sábado, março 26, 2005

Perdi a minha inspiração, será que me podes emprestar a tua?

Sibéria, como eu te adoro! Os teus olhares em forma de bala só provam a mais estúpida das teorias: que é preciso morrer para sentir. Não! Desta vez pego eu próprio na palavra "mórbido" e levo-a ao colo para bem perto. Para um lago de gelo que me aquece por dentro. O gelo queima mas derrete. A física mais uma vez troca-nos as voltas. É então impossível existir aquilo que nenhum de nós sabe o que é, mas que, ignorantemente na nossa sabedoria inculta, chamamos de Física. A seguir à Física vem o vazio, o Nada. Que também não pode existir. É simplemente...nada. Mas que toda a gente escreve à cerca dele. Quem é que se dá ao trabalho de escrever sobre um tema inexistente? Só mesmo quando o ego sobe e se pensa em mudar o mundo. Nunca mais escrevam à cerca de temas sobre os quais não se pode escrever.
Se eu era existencialista deixei de o ser, porque neste lugar a que chamo Sibéria, todos os rostos são pálidos, todas as veias entopem, todos os musculos atrofiam.
A minha Sibéria é a tua mente e assim consecutivamente. Mas aqui, a Física chama-se matéria e o Nada chama-se ausência...assim já faz sentido, certo?