sexta-feira, abril 15, 2005

Anjo, aceitas o meu convite de meia noite?

Aceitas dar-me as mãos e prendê-las com tanta força para que nunca nada nos separe? Aceitas que se os teus dedos se escaparem dos meus vai-te pelo menos doer o coração? E mesmo que seja eu a dizer que não, sabes que o vazio que me preenche o peito nunca chegará a ser de tal maneira oco para te dizer adeus.
Eu, tu e ele fazemos um mau elenco, sempre prontos para mudar o guião. Por isso, anjo, mesmo que me traias com actores secundários promete-me irás fingir felicidade, tal como finges esses orgasmos vorazes no fim da nossa sequela sexual.
E eu, que estou aqui sozinho e que já não te vejo à anos, tenho a impressão que, por vezes, passam por mim fantasmas. E logo eu que nunca te pedi para morreres sozinha e triste...tudo o que quis foi que aceitasses o meu convite de meia noite, atravês daquela carta escrita a vermelho que tu nunca a chegaste a ler...e que eu nunca te cheguei a entregar.
Eu que podia ter tudo, mas não tenho tudo...nem sequer não tenho nada. Tenho o que fiz para ter. Tenho o que posso ter, porque dispenso aquilo que não posso ter.

"It tastes like water, a place where hearts will mend.
where there is no beginning, and there is no end."