sábado, abril 02, 2005

Viver Mata

Querem falar de certezas? Eu não. O meu destino final já está traçado: deixar de respirar, deixar de pestanejar, de sonhar, de voar, de sentir. O meu coração irá repousar. Os meus musculos agradecerão, a minha voz soltar-se-á, serei somente mais uma lembrança. Nem sequer importa o quanto dei, ou tinha para dar, não importa se tinha a mente mais esclarecida ou complicada do mundo. Se era um bom homem, nunca o ouvirei porque isso só se diz ao baixar do caixão. Mas ao baixar do caixão já será demasiadamente tarde, os meus olhos já estarão em decomposição, os meus ouvidos passam a ser abrigos para qualquer outro ser vivo que não eu nem tu.Então aí, chorarás. Então nesse momento vais pensar no meu sorriso, vais pensar em todas as palavras que eu te disse e que nunca esperei pelo baixar do teu caixão. Vais pensar na minha forma carinhosa de te olhar, vais pensar que eu nem sequer tinha defeitos apesar de os ter.Será a tua vez de discursar, mas todos os que estão à tua volta só chegarão a ouvir choro. E abraçar-te-ão...abraços de confortos. E mais uma vez aquele jeito só meu vem te à cabeça. Era completamente impossivel eu morrer. Já não percebes nada da vida, já só queres morrer também.Tapam o caixão com terra negra e tu ficas indignadissimo/a porque eles não me conheciam. Não me podiam fazer isto...e que direito é que eu tinha de morrer?!?! Detestas-me. Detestas as saudades de já não me poderes ignorar quando quiseres. Pois bem, eu estive todo o tempo aí.
Este é simplemente o texto mais triste que escrevi...sobre ti.

"I want to go away to the unreal
where my life would be so real..."

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

ola ricardo!!
gostei mt deste post,
encaixa-se perfeitamente no keu penso em relaçao a 1a certa pessoa...

bjs

05 abril, 2005 15:29  

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