domingo, agosto 14, 2005

Ensaio sobre a estupidez

Acho que já está na altura de me ajoelhar, abrir os braços, erguer a cabeça e aceitar a cruz. Acho que, finalmente, não tenho mais forças para aguentar. Tento fechar os olhos com tanta força para que quando os abrir não te ver mais...mas já me doem os olhos...e o olhar.
Rendo-me. Deixo-me dominar. Não percebo as loucuras, nem sequer as incoerências. Não percebo porque é que me acusas de coisas que eu nem sequer percebo que não as fiz.
Para quê tentar afastar aquilo que me rodeia todos os dias? Afinal, se todos são iguais, é justo pensar que ser igual é ser normal. É justo pensar que existe maldade em todas as pessoas...é justo, não é correcto.
Mas, acho que irei aguentar mais um dia sem te deixar entrar. Vou trancar a minha porta e esconder me no canto mais recôndito da minha mente...para que tu não me vejas...não quero ser igual aos outros...percebes, estupidez? Deixa-me fantasiar as coisas mais loucas que esta mente pode imaginar...depois entra por mim...e aí, eu serei somente mais um. Não terei qualquer discernimento inter-relacional e pensarei somente em mim...prometo...dá me só mais um dia, para sempre.