Fado
Já não temos caloiros na academia, por agora é tempo de reflectir no que de bom e de mau se passou durante os últimos meses, e preparar o caminho daqueles que neste momento nem sonham o que os espera,já em outubro próximo. Quase não há tempo para sentir saudade, essa fica para a primeira semana de Maio do próximo ano, aí sim concentram-se todas as emoções e deve ser por isso que ninguém as controla, porque se sorri pelo que já se viveu e se chora pelo que ainda há de vir.
Se alguém me perguntar o que é a praxe neste momento só me vem uma palavra à cabeça: saudade. Porque é dela que se revestem todos aqueles que um dia já envergaram o preto, uns com mais sentimento, outros menos. Mas cada um teve as suas razões e emoções quando pela primeira vez sentiu o traje a cobrir-lhe o corpo, e que ninguém julgue o juízo de cada um porque dele somos dotados para seguir o nosso próprio rumo.
E praxe não é mais do que isto, porque ela existe na nossa cabeça e cada um faz dela o que bem entender... dentro de si... porque cá para fora só sai aquilo que está certo, aquilo que deve ser ensinado, e só ensina quem sabe o sentido de tudo isto que acabo de escrever.
Este parte, aquele parte
E todos, todos se vão
Oh terra ficas sem homens
Que possam cortar teu pão
Tens em troca, órfãos e órfãs
Tens campos de solidão
Tens mães que não têm filhos
Filhos que não têm pais
Corações, que tens e sofres
Longas ausências mortais
Viúvas de vivos-mortos
Que ninguém consolará
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