segunda-feira, maio 09, 2005

Fado

Hoje (domingo) por volta das 19h, na cidade da Póvoa do Varzim, ouviram-se as palavras "in nomine solenissimae praxis garraiatas queima fitae portus doi mile et cincus encerrata est", com estas palavras encerrou-se a queima das fitas e a semana alucinante que se viveu, mais que isso com esta frase pôs-se fim a um ciclo, a praxe académica no porto em 2004/2005.
Já não temos caloiros na academia, por agora é tempo de reflectir no que de bom e de mau se passou durante os últimos meses, e preparar o caminho daqueles que neste momento nem sonham o que os espera,já em outubro próximo. Quase não há tempo para sentir saudade, essa fica para a primeira semana de Maio do próximo ano, aí sim concentram-se todas as emoções e deve ser por isso que ninguém as controla, porque se sorri pelo que já se viveu e se chora pelo que ainda há de vir.
Se alguém me perguntar o que é a praxe neste momento só me vem uma palavra à cabeça: saudade. Porque é dela que se revestem todos aqueles que um dia já envergaram o preto, uns com mais sentimento, outros menos. Mas cada um teve as suas razões e emoções quando pela primeira vez sentiu o traje a cobrir-lhe o corpo, e que ninguém julgue o juízo de cada um porque dele somos dotados para seguir o nosso próprio rumo.
E praxe não é mais do que isto, porque ela existe na nossa cabeça e cada um faz dela o que bem entender... dentro de si... porque cá para fora só sai aquilo que está certo, aquilo que deve ser ensinado, e só ensina quem sabe o sentido de tudo isto que acabo de escrever.

Este parte, aquele parte
E todos, todos se vão
Oh terra ficas sem homens
Que possam cortar teu pão

Tens em troca, órfãos e órfãs
Tens campos de solidão
Tens mães que não têm filhos
Filhos que não têm pais

Corações, que tens e sofres
Longas ausências mortais
Viúvas de vivos-mortos
Que ninguém consolará