quinta-feira, agosto 18, 2005

Estaremos sempre sozinhos

Qual será a melhor maneira de desaparecer? Não quero nunca mais escrever exclusivamente para públicos. Já dei tudo de mim em vão. Já morri hoje, ontem e amanha. Sei-o. Poderia ter mil amigos mas a verdade é que estarei sempre sozinho. Se choro, é porque morro com felicidade. Se choro, ja deveria ter chorado á um longo tempo atrás. Contigo. Chorarei sempre contigo.
As almas gemêas nunca morrem, pois não? Então, eu vivo...

...

Serei sempre eu.
De tudo aquilo que me acusas apenas posso negar aquilo que não dizes, não adianta esconder aquilo que a razão ordena, a vida resume-se aquilo que tu me dizes e eu contraponho.
Over and over again tentas mostrar-me o caminho, mas se toda a gente me dá a mesma direcção como poderei eu saber verdadeiramente se não ando em vão? Os sorrisos surgirão quando chegar ao fim?
Sim, no fim poderás fazer o meu julgamento, aí deixo ao teu critério, inunda-me com as culpas que eu mereço, mostra-me os meus erros e eu demonstrar-te-ei aquilo que não viste, a prova de que tudo teve um sentido, a fé inabalável de que aquilo que não tocamos será o nosso destino, que o movimento dos teus olhos encontrarão sempre os meus implorando para que me toques. A razão desprende-se de mim e como conseguirei eu explicar que necessito dela mais do que nunca?

Este é o último post que escrevo neste blog, acabo da melhor maneira porque sei que os últimos versos têm um sentido.

Sometimes it's fated
(We) Disintegrated it
For fear of growing old
Sometimes it's fated
(We) Assassinated it
For fear of growing old

Hang on
Though we try
It's gone
Hang on
Though we try
It's gone

domingo, agosto 14, 2005

Ensaio sobre a estupidez

Acho que já está na altura de me ajoelhar, abrir os braços, erguer a cabeça e aceitar a cruz. Acho que, finalmente, não tenho mais forças para aguentar. Tento fechar os olhos com tanta força para que quando os abrir não te ver mais...mas já me doem os olhos...e o olhar.
Rendo-me. Deixo-me dominar. Não percebo as loucuras, nem sequer as incoerências. Não percebo porque é que me acusas de coisas que eu nem sequer percebo que não as fiz.
Para quê tentar afastar aquilo que me rodeia todos os dias? Afinal, se todos são iguais, é justo pensar que ser igual é ser normal. É justo pensar que existe maldade em todas as pessoas...é justo, não é correcto.
Mas, acho que irei aguentar mais um dia sem te deixar entrar. Vou trancar a minha porta e esconder me no canto mais recôndito da minha mente...para que tu não me vejas...não quero ser igual aos outros...percebes, estupidez? Deixa-me fantasiar as coisas mais loucas que esta mente pode imaginar...depois entra por mim...e aí, eu serei somente mais um. Não terei qualquer discernimento inter-relacional e pensarei somente em mim...prometo...dá me só mais um dia, para sempre.

segunda-feira, agosto 01, 2005

Vidas planeadas=Sentenças desmesuradas

Traços……rumos……planos……datas……objectivos…..sem qualquer ordem de preferência…
"Já deixaste de pensar por um momento? Já conseguiste, alguma vez, ser nada? Já sentiste, por algum instante, que a tua vida estava a seguir linhas que não tinhas traçado? Difícil, não?
Anseia-se para que chegue o amanhecer, para que se sinta que começa ali um novo dia…apenas mais um, em que tudo em ti está programado, apenas mais um dia em que todo o teu corpo e a tua alma (se assim lhe quiseres chamar!!) já só reclamam a rotina que lhe impuseste, a monotonia dos teus passos e dos teus actos.
Projectas então, para o futuro, aquilo que te marcou no passado e aquilo que não queres que volte a acontecer….para quê?
A vida é uma reviravolta, uma corrente que te leva sempre para o lado oposto daquele que desejas, onde te deparas com situações tão intensas que te podem unir a pessoas, a lugares, a objectos, de forma irremediável e completamente espontânea, surgida do “nada” em que, por segundos, te transformaste.
É aí, que esqueces tudo o que alguma vez planeaste, as consequências que poderão advir, a forma estipulada das tuas acções. Já não tens controlo nem sobre ti nem sobre nada, mas já não te sentes sozinho/a, abandonado/a, apenas permaneces ileso/a à espera da sentença mais doce alguma vez existente: a vida a envolver-te, por inteiro, sem que nada lhe escape, até ao mais pequeno sentido….até á perfeita, ou quase perfeita, expressão…"

…Se no entanto esta envolvência me levar de novo àquele ponto obtuso de partida, eu não vou fantasiar mais com varinhas de condão, nem mesmo com belas fadas que me acarinham o rosto e aquela alma que nunca quis ter entre esses parênteses redondos, tão hospitaleiros quanto tu… E como disse uma vez Alain, “no mundo apenas devemos recear o homem que se aborrece…”. E eu ainda nem sequer me diverti exclusivamente sóbrio. Ainda nem sequer voei com os meus olhos pregados nas nuvens…
Se o planeamento é tédio, a espontaneidade é morte, porque o plano mais astuto que alguma vez foi inventado foi o bombear do coração…não queiram que o coração espontaneamente fuja ao tédio…ao planeamento…